Representatividade negra na infância é pensar na construção de um entendimento de mundo que precisa abarcar mais do que apenas a semelhança da criança com os outros. É fazê-la entender que ela tem lugar na transformação do mundo e que pode ser protagonista neste processo e ocupar espaços que estruturalmente encontram-se reservados para o privilégio branco, como os contos de fadas, ilustrações de livros infantis diversos, comerciais de televisão, entre outros.
Após pesquisas e diálogos com pessoas do universo educacional, modelistas e designers, chegamos a uma coleção que dialoga com a construção de novos marcos e a descolonização da indústria dos brinquedos.
O estudo aponta que a possibilidade de brincar com bonecas e bonecos não brancos, que representam a diversidade, favorecem atitudes mais inclusivas.
Para além das questões estéticas, a coleção foi idealizada pensando em um material de qualidade para o brincar de bebês e crianças. O algodão em diferentes cores e tons de pele, a padronagem dos cabelos e dos olhos, os detalhes das estampas das roupas, carregam uma identidade cultural importante para a representatividade da população negra e migrante.
-Dra. Karine Ramos